Desafio para ASA é avançar com o debate nos estados

carlos_humberto_renatobezerra_redEm entrevista concedida à Assessoria de Comunicação da ASA, o coordenador executivo da ASA pelo estado do Piauí e um dos organizadores do I Encontro de Acesso à Terra no Semiárido, Carlos Humberto Campos, faz uma breve avaliação sobre o evento e aponta quais são os próximos passos que a ASA deve dar rumo ao aprofundamento do debate.

Que avaliação você faz do Encontro?

Esse I Encontro Nacional de Acesso à Terra significou para ASA um momento muito importante de estar refletindo a real situação do acesso à terra no Semiárido, mas também aponta boas perspectivas em relação aos próximos passos e como os programas desenvolvidos pela ASA podem estar em sintonia com essa luta pelo acesso à terra no Semiárido.
Que elementos apontados durante o Encontro reforçam o debate acerca da convivência com o Semiárido?

Um dos elementos mais importantes surgiu a partir das experiências apresentadas pelos povos do Semiárido atingidos pelos grandes projetos, grandes barragens; e os povos tradicionais, os quilombolas e indígenas, que colocaram a questão de uma identidade desse povo como sendo única. Como a identidade de ser povo do Semiárido.
Também foi apontada a necessidade de uma maior articulação entre esse povo, para que de fato haja uma luta mais organizada e seja possível acessar a terra. E ainda que o acesso à terra, hoje, é fundamental para que os projetos de convivência com o Semiárido possam dar continuidade e que tenha o resultado esperado, que é garantir uma melhor qualidade de vida e superar a pobreza no Semiárido.
Um avanço muito significativo é a consciência das comunidades de que para desenvolvermos um projeto de convivência com o Semiárido ele passa necessariamente pelo acesso à terra. Então, hoje é fundamental a ASA pautar nas articulações estaduais e locais a luta pelo acesso à terra como uma ação fundamental para continuidade e para garantia da qualidade de vida no Semiárido.
A ASA pensa em estabelecer um diálogo sobre o tema com outros atores?
Ficou muito evidente no encontro que o acesso à terra não se dá a partir apenas de uma entidade, de uma articulação ou de uma rede. Como um tema amplo, carece de uma grande articulação a partir de organizações e redes que já existem no Semiárido e, por isso, abrimos um diálogo com os companheiros da Federação dos Trabalhadores na Agricultura, do MPA [Movimento de Pequenos Agricultores], e até com outras federações. Tudo isso é que vai potencializar o diálogo e a luta pelo acesso à terra no Semiárido, pois a ASA sozinha não dá conta disso. Então, um dos encaminhamentos para os estados, posteriormente ao encontro, é a necessidade de haver uma articulação com os movimentos locais para avançar nesse sentido.

 

Fernanda Cruz - Asacom

Recife - PE

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